O Bêbado e o Equilibrista
- maikovillela
- 10 de mai. de 2015
- 2 min de leitura

Composição: Aldir Blanc e João Bosco
Interpretação: Elis Regina
Comentários: João Bosco elaborou a melodia, sensibilizado com a morte de Charles Chaplin em 1977 e a apresentou ao seu amigo Aldir Blanc. Tratava-se de um simples samba falando de coisas do cotidiano e remetendo à música “Smiles” do próprio Chaplin. Porém o Brasil vivia o auge da ditadura militar e o uso por Blanc de fantásticas metáforas na letra nos proporcionou uma das mais belas e importantes canções da história. O viaduto citado seria o Elevado Paulo de Frontin no Rio de Janeiro, o qual desabou em 20/11/71 causando a morte de 28 pessoas e dezenas de feridos. O sonho da anistia política também é muito marcante na música, quando se fala “da volta do irmão do Henfil”. Na verdade, Aldir Blanc sequer sabia o nome do cartunista e colocou na letra de tanto que Henfil falava da saudade que sentia do “mano”. O irmão do Henfil era o Herbert José de Souza, mais conhecido como Betinho, que voltou do exílio em 1979 e ficou mais conhecido pelo seu projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, vindo a falecer em 1997 em decorrência da AIDS. Já as “Marias” e “Clarisses”, respectivamente, são homenagens à mãe dos irmãos Henfil e Betinho e à esposa do jornalista Vladimir Herzog, oficialmente morto pelo regime militar na época, conforme retificação de seu registro de óbito em 24/09/2012. A música acabou por se tornar um hino político, principalmente pela soberba interpretação de Elis Regina.
Fonte de pesquisa: documentário: “Aldir Blanc- dois pra lá, dois pra cá”, dirigido por André Sampaio, Alexandre Ribeiro de Carvalho e José Roberto de Morais.
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